Ihering, Hermann von. 1907. A anthropologia do estado de São Paulo. Revista do Museu Paulista, VII, p. 202-257.
Ihering, Hermann von. 1907
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Jonas Gregorio
(Arqueologia, MAE/USP)
Fernando Orphão de Carvalho
(Lingüística, UnB)
Eduardo Rivail Ribeiro
(Lingüística, Smithsonian Institution)
Este projeto é uma iniciativa do grupo de pesquisa "Estudos Histórico-Comparativos Macro-Jê", da Universidade Federal de Goiás. Para saber mais sobre este e outros projetos desenvolvidos pelo grupo, visite nossa página na Plataforma Lattes.
Ihering, Hermann von. 1907. A anthropologia do estado de São Paulo. Revista do Museu Paulista, VII, p. 202-257.
O artigo de Ihering (1907) é a tradução de um opúsculo publicado em inglês por ocasião da Exposição Universal de Saint Louis (EUA), em 1904 (Ihering 1904). Enquanto a versão original em inglês não inclui material lingüístico, a tradução brasileira inclui os vocabulários Oti ("Eochavante") de Telêmaco Borba e Ewerton Quadros, além de alguns itens lexicais Kaingáng e "Notobotocudo" (Xetá).
Sugerindo que "a língua dos Eochavantes parece ser um tanto alliada á dos Gês", Ihering dá início à idéia (sem fundamento) de que o Oti seria geneticamente relacionado às línguas Jê (idéia adotada mais tarde por Greenberg). Também digna de nota é a opinião de Ihering (que, como respeitado naturalista e diretor do Museu Paulista, era um dos principais nomes da ciência no Brasil de então) sobre o destino que se devia dar aos índios de São Paulo (p. 215):
Embora este artigo seja essencialmente uma versão em português do trabalho divulgado em St. Louis, este parágrafo e o que o segue não ocorrem na versão original em inglês (um fato que parece ter passado despercebido mesmo entre autores que se dedicaram detidamente a este texto). É interessante indagar o que teria levado ao acréscimo deste trecho, que tanta polêmica geraria, à versão brasileira (ou sua supressão na versão em inglês). É possível que Ihering considerasse tais afirmações como potencialmente "chocantes" para um público "mais civilizado"; parece-me mais provável, no entanto, que o trecho tenha sido acrescentado como propaganda para consumo interno, dado o clima político-acadêmico da época (para o qual, vide Penny 2003).
Eduardo R. Ribeiro
http://www.etnolinguistica.org