A tese de Brochado é o primeiro trabalho de síntese continental que buscou correlacionar seqüências arqueológicas e dados lingüísticos para as terras baixas sul-americanas. O autor condensou as várias culturas arqueológicas do continente em duas grandes tradições definidas pela cerâmica, chamadas por ele de "Tradição Polícroma Amazônica" e "Tradição Pedra do Caboclo". Ambas teriam origem remota na Amazônia. A cerâmica Pedra do Caboclo teria primeiro se expandido para a foz do Amazonas e daí para o Nordeste, a partir de onde teria sido adotada aos poucos, por difusão, por vários grupos já estabelecidos - entre os quais se contariam grupos Macro-Jê. Uma nova manifestação dessa grande tradição seria a tradição Aratu-Sapucaí, relacionada especificamente à família lingüística Jê. A recente expansão dessa cerâmica por uma ampla área do Brasil central estaria relacionada à dispersão daqueles grupos, e associada a aldeias arqueológicas circulares e ao cultivo. A Tradição Polícroma, por sua vez, estaria associada ao tronco Tupi. A partir da Amazônia, um ramo desse tronco, os falantes de línguas Tupi-Guarani, teriam se dividido e seguido em duas direções diferentes: uns para a foz do Amazonas e daí descendo o litoral (grupos Tupi, cerâmica de tradição "Tupinambá"), e outros descendo a bacia do Prata e subindo o litoral (grupos Guarani, cerâmica de tradição "Guarani").
Brochado, José Proenza. 1984 / Discussion
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